Os robôs representam uma ameaça ou são aliados dos humanos?
Ainda que a resposta para estas questões não possam ser amplamente debatidas em um ensaio dessa natureza, adotaremos o caso do uso de robôs nas eleições de 2018, para ilustrar uma das consequências negativas do uso da inteligência artificial.
Arte Visual: WMDesign
O uso de robôs para influenciar resultados eleitorais foi amplamente relatado pela mídia e é objeto de projeto de lei em tramitação no Senado Federal[5].
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A mim, o uso de robôs em campanhas eleitorais é fonte de grande preocupação. Estamos diante de um novo pleito eleitoral e não sabemos qual será a influência das divulgações de mensagens utilizando robôs. Usar robôs para disparar mensagens não é difícil. Ao leitor curioso, basta fazer uma pesquisa rápida na internet e concluirá que existe uma dezena de plataformas que oferecem o serviço – empresas usam este serviço para envio em massa de propagandas. Embora o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proíba o uso de robôs em campanhas eleitorais, essa prática foi usada e, provavelmente, será repetida por pessoas ou projetos políticos para encaminhar suas ideias. – Gilvan Maia
“Quando votamos, votamos em pessoas ou votamos em projetos? A questão é de difícil resposta e eu sei que o tema do voto eleitoral é amargo.”
Como funciona o uso de robôs em eleições
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Existem duas gerações de bots, como são conhecidos. A primeira é composta pelas contas controladas por softwares que publicam constantemente sobre um mesmo assunto. A segunda, mais usada, é administrada por uma ou mais pessoas e tem como objetivo publicar e republicar links com notícias favoráveis ou contrárias a algum político. Os conteúdos, porém, são mais originais e mais diversificados – afinal são comandados por humanos.
Hoje, a legislação eleitoral só pune a contratação de “grupos de pessoas” para emitir “mensagens ou comentários ofensivos a candidato, partido ou coligação”, o que é insuficiente para esse enquadramento. Fonte: Agência Senado
Um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que, nas eleições majoritárias de 2014, cerca de 11% dos 2.307.185 tweets analisados foram publicados artificialmente. Já no processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff, em 2015, quase 22% dos 826.493 posts analisados no Twitter de seus apoiadores foram impulsionadas artificialmente.
Nas eleições municipais de 2016, foram 11,25% entre os apoiadores de João Doria (PSDB) e 11,54% entre os de Fernando Haddad (PT) dos 148.257 tweets considerados para a pesquisa. Esse número subiu para 22,39% entre os apoiadores da greve geral de abril de 2017 contra as reformas Trabalhista e da Previdência, propostas pelo presidente Michel Temer. Nesse caso, foram levados em consideração 1.460.160 tweets.
O Twitter é a rede social que oferece maior facilidade para a atuação dos robôs em relação ao Facebook. Isso ocorre porque o padrão de texto do Twitter, de apenas 280 caracteres, ajuda a imitação da ação humana. Além disso, os robôs conseguem marcar pessoas reais aleatórias por meio do @, o que atribui características humanas às interações artificiais.
Outro fator que contribui é a falta de critério das pessoas ao seguir um perfil no Twitter, enquanto no Facebook as pessoas tendem a ser mais cuidadosas. O levantamento da FGV cita experimentos que mostram que 60% dos usuários aceitam pedidos de amizade quando há pelo menos um amigo em comum. Só 20% dos usuários reais aceitam pedidos de amizade de maneira indiscriminada.
Influência
Tendo em vista que as redes sociais são cada vez mais o meio de comunicação e de informação mais importante dos cidadãos, este tipo de manipulação feita pelos robôs atinge diretamente os processos políticos e democráticos por meio da influência da opinião pública. “O objetivo dos bots sempre é criar esse sentimento de maioria. Em contextos eleitorais muitos tomam a decisão pela maioria, com base no que o restante está pensando”, explica Fabio Malini, coordenador do Labic (Laboratório de estudos sobre imagem e cibercultura da UFES).
Segundo ele, há dois fenômenos em curso envolvendo os robôs – e ambos fizeram dessas interações um negócio. Um deles diz respeito a empresas contratadas para criar dezenas, centenas ou até mesmo milhares de contas para republicar links favoráveis ou desfavoráveis a alguém. O outro é a robotização dos humanos, ou seja, pessoas reais que passam a compartilhar conteúdos previamente determinados sobre algum candidato nas suas próprias páginas mediante pagamento.
O TSE proíbe o uso de robôs para a propaganda eleitoral na internet com o objetivo de garantir a “lealdade” nas campanhas. “É vedado o uso de outros dispositivos ou programas, tais como robôs, notoriamente conhecidos por distorcerem a repercussão de conteúdo”, informa a cartilha divulgada pela Corte. Quem descumprir a medida, terá de pagar multa no valor de R$5 mil a R$30 mil e também estará sujeito a sofrer processo criminal e civil, conforme o caso.
E como identificá-los?
Mas como identificar se uma conta pertence a uma pessoa real ou a um robô? Segundo Malini, há algumas características que ajudam nesse processo: postagens iguais, feitas durante o horário comercial (usuários reais geralmente postam quando estão fora do trabalho), são algumas delas. Além disso, é importante verificar há quanto tempo aquela conta existe e quantos amigos e seguidores ela possui. “Bots, normalmente, têm muitos amigos e muitos seguidores porque criam essa rede a partir do script do ‘me segue que eu te sigo’”, disse o especialista. O estudo da FGV destaca também as características de conteúdo e linguagem e as características do sentimento expressado por meio da postagem.
Apesar da aparição constante desse tipo de ferramenta, Malini acredita que a influência dos bots no debate eleitoral deste ano será “muito baixo”. Para ele, os candidatos devem apostar no impulsionamento de posts por meio do Facebook e do Instagram — prática que é permitida pelo TSE. “Por que as campanhas vão usar bots sabendo que eles deixam inúmeros rastros digitais, sendo que com R$ 300, R$ 400, R$ 500, elas podem alcançar centenas de pessoas?”, questiona ele.
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O vereador Gilvan Alves, PP, propôs a criação de Comissão Especial de Enfrentamento à Covid-19, na Câmara Municipal, nesta sexta-feira, 05.
O objetivo da comissão é a atuação coordenada de um grupo de trabalho com a finalidade de fiscalizar e propor ações de combate ao Coronavírus pelo Poder Público no âmbito do município de Morro do Chapéu. A Comissão especial também deve se dedicar à discussão de ações que minimizem os impactos econômicos e sociais que a pandemia tem causado.
Para Gilvan, “A comissão será também mais um elo de comunicação entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo. Pretendemos propor ações e parcerias. Nós queremos discutir não só as medidas de enfrentamento ao vírus, mas também os impactos que essas medidas trazem na nossa economia e como equilibrar as ações que promovem o distanciamento social com a atividade econômica”.
A comissão também irá fiscalizar o cumprimento do plano municipal de vacinação, da política de testagem da população e do cumprimento dos serviços de saúde, com especial atenção ao CENTRO DE TRATAMENTO COVID-19, instatalado na UPA – Unidade de Pronto Atendimento
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Para acriação da comissão, foi apresentado um requerimento à Mesa Diretora da Câmara, que também foi assinado pelos vereadores Ivanete Machado – PL, Luciano Lula – PcdoB, Derlúcia P. de Souza – PDT, Bethânia Araújo – AVANTE, Luciano Rocha – PDT, Eloy Falcão – PL, André Valois – PL e Amaurí Silva – PL.
Com o requerimento aprovado, os vereadores Gillvan Alves, Ivanete Machado e Derlúcia P. de Souza foram indicados para a composição do grupo de trabalho.
*Com informações da Assessoria de Comunicação do Vereador Gilvan Alves da Silva.