Maracatus de nossos Brasis, artes de todas as espécies de artes, homens, mulheres, trabalhadores, trabalhadoras, uni-vos!
A metáfora do samba é boa. Chico insiste: De que lado você samba? Você samba de que lado? […]Olha o samba do teu lado, do teu lado, olha o samba […] O problema são problemas demais, se não correr atrás da maneira certa de solucionar[1]. Em Samba do Lado, ou autores nos convidam a sair de cima do muro. Vejo – na mais clara ideia do ver, substancializada, corpórea e pertencente ao mundo dos fatos e dos afetos – um garoto que se recusa a aceitar o jogo do “isentão” político.
Chico e sua Nação Zumbi, com antenas parabolicamarás enfiadas na lama do mangue, indicaram ao mundo o lado que escolheram. As experiências dos habitantes do mangue e dos povos da Zona da Mata pernambucana ecoaram pelo mundo, em vozes que nunca mais serão silenciadas, informando que aquela gente precisa ser repeitada em sues lugares de fala [2]. A Cena Mangue gestou um dos movimentos de artes mais incríveis do mundo[3]. É evidente: os habitantes do mangue escolheram o lado da liberdade! E você, de qual lado está sambando?
Em geral, estar em “cima do muro”, indica omissão ou covardia, demarcando um compromisso epistêmico que se desnuda em práticas de mundo com tolerância à violência. Os que se dizem neutros, sem lado político, estão fazendo – conscientes ou não – parte do espectro político. Ou seja, estar em cima do muro é, também, prática política. O sujeito que diz “não gosto de política”, “não debato política”, já escolheu um lado: o lado dos covardes! O samba do lado da covardia!
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E, devo esclarecer, não julgo moralmente o covarde. Confesso, nutro por ele uma raiva epistêmica, política, freiriana, que condena a omissão à luta, que não suporta quem tolera a opressão, que não aceita a formação que não seja revolucionária e transformadora, para o bem de todos os seres vivos do planeta Terra. Não te chamo – sujeito de “cima do muro” – de covarde por puro exercício intelectual e verborrágico; chamo-te, pelo nome, para que saibas que tua omissão custa vidas, tem consequências desastrosas e é, sem dúvidas, fator impeditivo de avanços para que tenhamos um município, um estado, um país e um mundo mais justos. Chamo-te pelo nome, covarde, por que sei quem você é, sujeito apequenado, mesquinho, mentiroso, traidor, fatalista, pessimista, equivocado, arrogante, lacaio de impérios, nazi-fascista. Acorde! Dou-te nome, para que você não continue no limbo da ignorância, repetindo frases estúpidas e memes prontos de redes sociais. Dou-te nome, para que seja capaz de reagir, de enfrentar o obscurantismo, sair da caverna e ter alguma luz para chamar de vida. Dou-te nome, na esperança esperançada de que um dia você escolha sambar do lado da liberdade!
[1] Samba do Lado. Música de Chico Science e Nação Zumbi, lançada em 1996, com o genial Afrociberdelia.
[2] Sobre o conceito de lugar de fala, recomendo a seguinte dica de leitura. RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala?. Belo Horizonte: Letramento, 2017.
[3] Sobre o tema, ver tese de Rejane Calazans MANGUE: A LAMA A PARABÓLICA E A REDE, defendida na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
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O prefeito do município de Piatã, na Chapada Diamantina, Edwilson Oliveira Marques, o popular ‘Ed Peças’ (PDT), registrou na manhã desta quarta-feira (11) um queixa na Delegacia de Polícia por ter recebido ameaças de morte. De acordo com o gestor, ele e sua família estão em alerta por receberem as ameaças feitas por traficantes conhecidos na região. “Os criminosos atribuem ao prefeito, sem fundamento algum, responsabilidade por ações da Polícia Militar de combate ao tráfico de drogas”, aponta a assessoria do político.
No boletim de ocorrência enviado ao Jornal da Chapada, ‘Ed Peças’ registra que um homem, sem identificação, chegou na cidade e disse a terceiros que estaria “no dia da votação para matar Edwilson, pois o sobrinho de um criminoso morto no dia 17 de julho por intervenção da Polícia Militar, em Seabra. O traficante ainda gravou um vídeo e publicou em redes sociais, afirmando ter dois mandatos de prisão e uma vasta ficha criminal, alegando que “Ed derramou meu sangue tentando me matar”.
Ainda conforme dados apurados pela reportagem, o gestor solicitou proteção policial para ele e seus familiares. “Em 2016, também no período eleitoral, aconteceram fatos idênticos, mas, agora, as ameaças ocorrem de forma premeditada e organizada, através de mensagem de WhatsApp, que registram promessas de vingança, tendo como alvo inclusive, minha família”, alega prefeito, nitidamente abalado pelas ameaças.